"Pituba tem alta apreensão de drogas e zero mortes. Ou seja, a presença de drogas não leva à guerra", diz especialista
Coordenador executivo da "Iniciativa negra por uma nova política de drogas", Dudu Ribeiro concedeu entrevista para a Rádio Metropole nesta quarta-feira (4)
Foto: Fernanda Vilas Boas/Metropress
“Não é a presença da droga que leva à guerra. É a opção do Estado de fazer a guerra nos territórios negros e periféricos”. A fala é do historiador e co-fundador e coordenador executivo da "Iniciativa negra por uma nova política de drogas", Dudu Ribeiro, em entrevista para a Rádio Metropole nesta quarta-feira (4).
Durante a entrevista ele destacou a diferenciação de ações policiais em bairros periféricos e elitistas. Como explica Dudu Ribeiro, um levantamento feito pela Iniciativa há dois anos, apontou os dez bairros com mais notícias sobre violência.
Na lista, apareceu a Pituba, com um índice de apreensão de drogas maior que em bairros como o complexo do Nordeste de Amaralina. Apesar disso, a Pituba teve zero homicídios, enquanto o outro, 58 registrados no ano analisado. “Não é uma guerra contra todas as pessoas que consomem e comercializam drogas”, pontuou Dudu.
Ele ainda detalhou a ineficiência em proibir a droga como forma de combate. “A história das substâncias mostra que a pior forma de lidar com ela é a proibição, inclusive, a partir da lógica da guerra. O que estamos vivendo em Salvador e no Brasil tem a ver com essa lógica quenão protege a saúde, ao mesmo tempo que fortalece as organizações com recursos financeiros e armas e toda uma capacidade de corromper agentes de Estado”.
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